No dia 24/06, promovemos uma palestra especial sobre a Síndrome de Burnout, abordando desde sua definição clínica até práticas de autocuidado e prevenção. Neste post, reunimos os principais pontos discutidos, para que você possa refletir sobre sua relação com o trabalho e buscar mais qualidade de vida.
O que é a Síndrome de Burnout?
Burnout é uma síndrome psíquica complexa, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e incluída no Código Internacional de Doenças (CID) desde 1º de janeiro de 2022. Ela representa o esgotamento físico e mental relacionado ao ambiente de trabalho, e pode gerar sérias consequências à saúde emocional e física.
Sintomas mais comuns
Os sintomas do Burnout se manifestam tanto no corpo quanto na mente:
Físicos:
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Cansaço extremo e constante;
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Dores de cabeça frequentes;
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Alterações no sono e no apetite;
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Problemas gastrointestinais;
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Palpitações, dores no peito e pressão alta.
Psicológicos:
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Exaustão emocional;
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Dificuldade de concentração;
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Negatividade constante;
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Irritabilidade e sentimentos de fracasso;
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Isolamento social e despersonalização;
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Redução da realização profissional.
Um pouco da história
O termo ganhou notoriedade a partir do romance A Burnout Case, de Graham Greene, que narra a história de um arquiteto sem propósito ou prazer na vida. A narrativa evidencia como nossas profissões podem influenciar profundamente nossa identidade e bem-estar.
As quatro dimensões do Burnout
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Exaustão emocional – sensação constante de desgaste mental;
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Cinismo ou despersonalização – afastamento afetivo do trabalho;
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Desconexão de si mesmo – perda da identidade pessoal;
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Redução da realização pessoal – sensação de incompetência ou inutilidade.
Fatores que contribuem para o desenvolvimento da síndrome
Organizacionais:
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Sobrecarga de trabalho;
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Falta de autonomia;
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Clima organizacional tóxico;
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Ausência de apoio social;
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Jornadas excessivas ou irregulares.
Individuais:
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Traços de personalidade como neuroticismo;
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Locus de controle externo (crença de que tudo depende do destino ou sorte);
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Estratégias de enfrentamento baseadas em emoções.
Profissões mais afetadas
Estudos apontam que professores e policiais estão entre os mais suscetíveis ao Burnout, devido à alta exigência emocional, jornadas exaustivas e ambientes com pouca valorização profissional.
Atividades para reflexão: como está sua relação com o trabalho?
Reflita sobre os tópicos abaixo e identifique se há sinais de esgotamento na sua rotina profissional:
Atividade 1 – Como é seu trabalho hoje?
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Qual sua carga diária?
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Quais suas principais responsabilidades?
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Sente-se preparado para elas?
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Como define sua relação com o trabalho?
Atividade 2 – Há sinais de alerta?
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Sente-se exausto com frequência?
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Mudanças de humor têm sido recorrentes?
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O trabalho perdeu o sentido?
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Há sintomas físicos como dores, insônia ou palpitações?
Atividade 3 – Pontos positivos e negativos
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Liste 3 pontos positivos do seu trabalho.
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Liste 3 negativos.
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O que você gostaria de mudar?
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Essas mudanças dependem de você?
Atividade 4 – Plano de mudança
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Qual mudança simples pode melhorar sua rotina?
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Crie um plano de ação com etapas e prazos.
Atividade 5 – Autocuidado
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Quais 3 atividades de bem-estar você pode incluir na semana? (Ex: meditação, leitura, caminhada)
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Como elas podem ajudar a reduzir o estresse?
Como prevenir o Burnout
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Reflita sobre sua satisfação com o trabalho;
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Identifique sinais precoces de esgotamento;
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Busque equilíbrio entre vida profissional e pessoal;
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Converse com outros profissionais sobre suas vivências;
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Considere mudanças quando não houver mais identificação com o trabalho;
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Estabeleça limites saudáveis;
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Invista em autocuidado e lazer;
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Procure apoio psicológico profissional;
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Mantenha-se informado sobre saúde mental no trabalho;
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Reavalie sua rotina periodicamente.
Conclusão
A Síndrome de Burnout não surge de um dia para o outro. Ela é resultado de uma série de fatores acumulados ao longo do tempo. Por isso, é fundamental estar atento aos sinais e buscar ajuda profissional quando necessário. Cuidar da saúde mental é um ato de coragem e amor-próprio.
Se você deseja conversar mais sobre esse tema, agende uma consulta com a psicóloga Camila Almeida.