Entre abril e maio de 2024, o Rio Grande do Sul foi duramente impactado por enchentes, trazendo graves consequências em áreas como emprego, renda, habitação, saúde e educação. Recentemente, em outubro de 2024, o furacão Milton devastou a Flórida, deixando pelo menos 16 mortos.
Embora notícias catastróficas como essas sejam frequentes, também enfrentamos crises pessoais no dia a dia, como doenças graves, desemprego, crises econômicas e problemas de segurança. Essas situações ativam nosso sistema de alerta, gerando preocupações constantes.
Sabemos que muitas dessas circunstâncias estão fora do nosso controle. No entanto, isso não impede que o nosso sistema de alerta interno, conhecido como ansiedade, se mantenha ativo. A ansiedade, na verdade, é uma resposta natural do corpo para garantir a nossa sobrevivência. Ela nos ajuda a nos proteger de perigos, reais ou imaginários, mantendo-nos atentos.
Mas, se a ansiedade é necessária, por que ela causa tanto incômodo? Isso acontece principalmente por três razões:
- Falta de compreensão sobre o papel da ansiedade;
- Sensação de ansiedade descontrolada;
- Dificuldade em administrá-la.
Então, como administrar a ansiedade em tempos de crise, já que eliminá-la por completo não é uma opção (nem seria benéfico)? A seguir, algumas dicas práticas para lidar com a ansiedade:
1. Busque segurança real
Em situações de vulnerabilidade física, o primeiro passo é buscar um ambiente seguro. Quando nos sentimos fisicamente protegidos, nosso emocional começa a se acalmar.
2. Pratique a observação real
Descreva o ambiente ao seu redor em voz alta: “Estou em uma sala clara, com paredes brancas. Há pessoas ao meu redor, estamos seguros.” Essa prática ajuda a focar no momento presente e a reduzir a sensação de descontrole.
3. Informe-se por fontes seguras
Após garantir sua segurança, busque informações confiáveis. Evite boatos e notícias falsas, que podem aumentar a ansiedade e o pânico. Opte por fontes oficiais e seguras.
4. Seja prático e resolva problemas
Em momentos de crise, o ideal muitas vezes não é possível. Aceitar a realidade e focar em soluções práticas é essencial. Durante as enchentes no Sul, por exemplo, foram criados abrigos improvisados para animais. Embora o ideal fosse que todos estivessem soltos e bem cuidados, o confinamento foi uma medida necessária para evitar maiores tragédias.
5. Não tente resolver tudo sozinho
Tentar abraçar o mundo pode aumentar a ansiedade e a sensação de incompetência. Foque em uma tarefa por vez e complete-a antes de seguir para a próxima.
6. Busque ajuda quando necessário
Não existe um cenário realista em que possamos fazer tudo sozinhos. A crença de que podemos ser totalmente autossuficientes é ilusória e pode nos levar a um isolamento prejudicial. Reconhecer a necessidade de ajuda é um sinal de sabedoria, não de fraqueza.
Equilibre sua ansiedade
Por fim, lembre-se de que a ansiedade, quando bem administrada, desempenha um papel positivo. Ela nos ajuda a viver com mais segurança, a tomar decisões melhores e a evitar problemas. Não tente se livrar da ansiedade, mas busque ajustá-la de forma saudável.
Caso sinta dificuldade em fazer isso por conta própria, considere buscar apoio psicológico. A psicoterapia, conduzida por um profissional qualificado, pode ajudar você a encontrar equilíbrio em momentos difíceis.